Antonio Aju Explica... Candomblé/Umbanda 
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Iansã
Iansã

                     

IANSÃ

Dia: Quarta-feira
Cores: Marrom, Vermelho e Rosa
Símbolos: Espada e Eruexin
Elementos: Ar em movimento,qualquer tipo de vento, Fogo
Domínios: Tempestades, Ventanias, Raios, Morte
Saudação: Epahei!

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar, espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

Embora seja saudada como a deusa do rio Níger, está relacionada com o elemento fogo. Na realidade, indica a união de elementos contraditórios, pois nasce da água e do fogo, da tempestade, de um raio que corta o céu no meio de uma chuva, é a filha do fogo-Omo Iná.

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo que se fecha sem chover.

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do amor. Mostra o seu amor e a sua alegria contagiantes na mesma proporção que exterioriza a sua raiva, o seu ódio. Dessa forma, passou a identificar-se muito mais com todas as actividades relacionadas com o homem, que são desenvolvidas fora do lar; portanto não aprecia os afazeres domésticos, rejeitando o papel feminino tradicional. Iansã é a mulher que acorda de manhã, beija os filhos e sai em busca do sustento.

O facto de estar relacionada com funções tipicamente masculinas não afasta Iansã das características próprias de uma mulher sensual, fogosa, ardente; ela é extremamente feminina e o seu número de paixões mostra a forte atracção que sente pelo sexo oposto. Iansã (Oyá) teve muitos homens e verdadeiramente amou todos. Graças aos seus amores, conquistou grandes poderes e tornou-se orixá.

Assim, Iansã tornou-se mulher de quase todos os orixás. Ela é arrebatadora, sensual e provocante, mas quando ama um homem só se interessa por ele, portanto é extremamente fiel e possessiva. Todavia, a fidelidade de Iansã não está necessariamente relacionada a um homem, mas às suas convicções e aos seus sentimentos.

Algumas passagens da história de Iansã relacionam-na com antigos cultos agrários africanos ligados à fecundidade, e é por isso que a menção aos chifres de novilho ou búfalo, símbolos de virilidade, surgem sempre nas suas histórias. Iansã é a única que pode segurar os chifres de um búfalo, pois essa mulher cheia de encantos foi capaz de transforma-se em búfalo e tornar-se mulher da guerra e da caça.

Oyá é a mulher que sai em busca do sustento; ela quer um homem para amá-la e não para sustentá-la. Desperta pronta para a guerra, para a sua lida do dia-a-dia, não tem medo do batente: luta e vence.

Características dos filhos de Iansã / Oyá

Para os filhos de Oyá, viver é uma grande aventura. Enfrentar os riscos e desafios da vida são os prazeres dessas pessoas, tudo para elas é festa. Escolhem os seus caminhos mais por paixão do que por reflexão. Em vez de ficar em casa, vão à luta e conquistam o que desejam.

São pessoas atiradas, extrovertidas e directas, que jamais escondem os seus sentimentos, seja de felicidade, seja de tristeza. Entregam-se a súbitas paixões e de repente esquecem, partem para outra, e o antigo parceiro é como se nunca tivesse existido. Isso não é prova de promiscuidade, pelo contrário, são extremamente fiéis à pessoa que amam, mas só enquanto amam.

Estas pessoas tendem a ser autoritárias e possessivas; o seu génio muda repentinamente sem que ninguém esteja preparado para essas guinadas. Os relacionamentos longos só acontecem quando controlam os seus impulsos, aí, são capazes de viver para o resto da vida ao lado da mesma pessoa, que deve permitir que se tornem os senhores da situação.

Os filhos de Oyá, na condição de amigos, revelam-se pessoas confiáveis, mas cuidado, os mais prudentes, no entanto, não ousariam confiar-lhe um segredo, pois, se mais tarde acontecer uma desavença, um filho de Oyá não pensará antes de usar tudo que lhe foi contado como arma.

O seu comportamento pode ser explosivo, como uma tempestade, ou calmo, como uma brisa de fim de tarde. Só uma coisa o tira do sério: mexer com um filho seu é o mesmo que comprar uma briga de morte: batem em qualquer um, crescem no corpo e na raiva, matam se for preciso.

Orikí de Oyá. Eèpàrìpàà! Odò ìyá!

“ORI O! ORI OYA,
MO GBE DE. OYA MESAN, MESAN, MESAN.
OYA ORIRI, O, O, O.
OYA MESAN,
A JI LODA ORISA.
ORI O
ORI OL’ OYA,
MO GBE DE.
ORI MI!
ORI OYA , MO GBE DE.”

“O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
OYA , que se desdobra em nove partes.
OYA , a grande mulher, charmosa e elegante.
OYA , que se desdobra em nove partes.
ORISA que usa a espada ao acordar.
O ORI do iniciado,
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.
Meu ORI.
O ORI daquele que é iniciado em OYA está aqui.”

 

PARA IANSÃ

Acenda uma vela vermelha e coloque ao lado uma manga espada.

Funciona para resolver conflitos sentimentais.

 

PARA IANSÃ

( acarajé )

um quilo de feijão frade

uma garrafa de azeite de Dendê

um quilo camarão seco

uma cebola

nove velas vermelhas ou marrons

uma garrafa de champanhe

nove rosas ou palmas vermelhas

um metro de morim vermelho ou marrom

uma fita vermelha, uma marrom e uma branca

Modo de fazer:

Deixar o feijão de molho, de um dia para o outro, em seguida, descascá-lo ou tirar-lhe a pele.

Depois se tritura fazendo um purê.

Com o camarão e a cebola, faz-se o molho, que é acrescentado ao purê, podendo passar no liquidificador.

O azeite de Dendê é posto em uma frigideira para aquecer e, logo em seguida, fazem-se os bolinhos, pondo-os para fritar.

O restante dos ingredientes é para preparar a mesa deste orixá, tal como se faz para os outros. 

 

PARA IANSÃ

( inhame )

um quilo de inhame

uma garrafa de azeite de Dendê

um quilo de camarão ralado

uma cebola

pimenta malagueta

nove velas vermelhas ou marrons

nove flores

nove fitas

uma garrafa de champanhe

um metro de morim

uma travessa de barro

Modo de fazer:

Descascar os inhames, cozinhar e cortá-los em fatias.

Em seguida, fritar no azeite de Dendê, com o camarão ralado, a cebola e a pimenta.

Colocar na travessa de barro.

Fazer a entrega como se faz para os outros orixás. 

 

PARA IANSÃ

( maçã )

nove maçãs

um quilo de canjica

uma tigela branca

nove rosas vermelhas

nove velas vermelhas ou marrons

uma garrafa de champanhe

um metro de morim vermelho ou marrom 

Modo de fazer:

Cozinhar as maçãs com água.

Cozinhar o milho branco, colocando-o numa tigela branca e, por cima, as maçãs e as rosas vermelhas.

Com o resto do material, é para preparar a mesa para o orixá, tal como se faz para os outros orixás.

 

PARA IANSÃ

( pepino )

nove pepinos

uma garrafa de Dendê

nove maçãs

nove velas vermelhas ou marrons

nove rosas vermelhas

uma travessa de louça

um metro de morim vermelho ou marrom

uma garrafa de champanhe 

Modo de fazer:

Cortar os pepinos em rodelas, juntamente com as maçãs.

Colocar na travessa.

As rodelas de maçã ficarão nas bordas, enquanto as de pepino, no meio da travessa.

O Dendê será posto apenas nas rodelas de pepino.

Os restantes ingredientes são para o procedimento de costume. 

 

PARA IANSÃ

( amalá )

um quiabo

uma garrafa de azeite de Dendê

um quilo de camarão seco

pimenta malagueta

três pedaços de peito de boi

nove velas vermelhas ou marrons

uma travessa de barro vidrada

um metro de morim vermelho ou marrom

nove rosas vermelhas 

Modo de fazer:

Cortar o quiabo em rodelas.

Cozinhar os pedaços de boi, juntamente com o Dendê, o camarão e a pimenta.

Em seguida, acrescentam-se as rodelas do quiabo.

Refogar.

Quando estiver no ponto, sem virar papa colocar na travessa e servir sem deixar esfriar.

Com o restante material, seguir o ritual habitual.

 

PARA IANSÃ

( oferenda para ajudar a amansar uma pessoa )

uma abóbora moranga

nove búzios

nove nozes moscadas

nove moedas

nove metros de fitas brancas e vermelhas

uma garrafa de mel

nove velas brancas

nove velas vermelhas

um metro de morim vermelho

um ou mais pedaços de papel com o nome da pessoa, a ser amansada ( as ), escrito ( os )

Modo de fazer:

Tire o tampo da parte de cima da abóbora.

Com o morim, prepare um saco, no qual deverão ser colocados os búzios, as moedas, as nozes e os nomes das pessoas

( a ) que deseje amansar, para conseguir algo.

O saco ficará dentro da abóbora.

Regue com mel.

Em seguida, tampe a abóbora com a parte retirada.

Amarre-a com as fitas.

Entregue no alto de um morro, acendendo as velas e fazendo os pedidos.

 

PARA IANSÃ

( tirar influências negativas da casa ou da pessoa )

uma peneira

três abanos de palha, pequenos

vinte e um acarajés

vinte e um bolinhos de Egun

catorze rosas vermelhas

sete velas brancas

um litro de água mineral sem gás

sete moedas

um metro de morim branco

Modo de fazer:

Passe os acarajés pelo corpo, coloque-os dentro da peneira.

Passe os bolinhos de Egun pelo corpo, coloque-os dentro da peneira.

Passe as moedas pelo corpo, coloque-as dentro da peneira.

Despache este Ebó num bambuzal.

Estenda o morim.

Coloque a peneira em cima, e acenda as velas em volta.

Enfeite com os abanos e as rosas.

Regue tudo com a água.

Faça numa lua minguante, em dia de quarta-feira, durante o dia.

 

PARA IANSÃ

( atrair a pessoa amada )

meio quilo de abóbora madura

um quilo de açúcar cristal

um pacote de cravo da Índia

sete acarajés

sete velas brancas comuns

sete moedas

sete rosas vermelhas

quatro folhas de mamona branca

um prato de barro

sete vezes o nome da pessoa, escrito a lápis, num pedaço de papel branco

Modo de fazer:

Fazer um doce bem consistente com a abóbora e cozinhe junto o papel, deixe arrefecer.

Com uma colher de pau, retire o doce e coloque num prato.

Passe os acarajés no corpo, enfeite o doce.

Passe as moedas pelo corpo, faça os seus pedidos e coloque-as sobre o doce.

Despache este Ebó num bambuzal.

Coloque as folhas de mamona, e por cima delas o prato, no centro.

Acenda as velas em volta.

Enfeite com as rosas.

Peça a Iansã que traga fulano ( dizer o nome da pessoa, todo ) para você.

Faça numa lua nova, em dia de quarta-feira, a qualquer hora.

 

PARA IANSÃ

( cicatrizar uma ferida )

uma espiga de milho

azeite de Dendê

uma folha de mamona branca

meio quilo de bofe picado

sete moedas

sete velas brancas comuns 

Modo de fazer:

Asse a espiga de milho na brasa, untando-a com azeite de Dendê e espere arrefecer.

Passe a espiga na ferida, coloque-a sobre a folha.

Passe o bofe na ferida, coloque-o sobre a folha.

Passe as moedas pelo corpo, faça os seus pedidos, e coloque-as sobre a folha.

Peça a Iansã que cicatrize e cure a ferida.

Despache este Ebó num bambuzal.

Acenda as velas em volta.

Faça numa lua minguante, em dia de segunda-feira, durante o dia. 

 

PARA IANSÃ

( entrar dinheiro no comércio )

uma cesta de vime ou um balaio de bambu

uma dúzia de bananas ouro

uma dúzia de bananas nanica

uma dúzia de bananas prata

um quilo de maçãs

sete acarajés

uma dúzia de rosas vermelhas

sete moedas

sete galhos de trigo

meio quilo de açúcar cristal

sete velas vermelhas

sete mangas rosa

Modo de fazer:

Arrume tudo dentro da cesta ou do balaio.

Passe as moedas pelo corpo, faça os seus pedidos, e coloque-as dentro da cesta.

Enfeite com as rosas.

Regue tudo com açúcar.

Despache este Ebó num campo aberto.

Faça numa lua cheia, em dia de quarta-feira, pela manhã.

Obs.

Ao retornar, defume o seu comércio com o de fumador completo, casca de maçã e cravo da Índia.

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